Estes quadros são duas obras feitas para o concurso de tapeçaria de Portalegre (2024–25), vêm numa linha sequencial do meu trabalho artístico e têm uma componente paisagística. A terceira obra escolhi por achar que poderia acrescentar algo à exposição no caso de ser selecionada. Os trabalhos refletem a produção artística contemporânea que enfrenta desafios. Exigem-nos novas abordagens sobre a sustentabilidade cultural que é fundamental para a ajuda na preservação do património de tapeçaria de Portalegre, que se apresenta como um exemplo singular de resistência artesanal e reinvenção ecológica. O seu detalhe minucioso e de processo manual, dialoga com a minha prática artística ao rejeitar a produção em massa. A longevidade destas obras, bem como o seu método de produção baseada em recursos naturais e de conhecimento empírico com longevidade, posiciona-se neste diálogo com a tapeçaria, não apenas como objecto artístico, mas como um Manifesto de homenagem à importância em preservar esta Arte. A reflexão sobre a permanência da arte e a sua função social sustentável, promoverá a fusão entre tradição e ruptura, entre o rigor da técnica artesanal e a liberdade do Artista e do seu traço experimental. 2015