
Obra 39
Stefanie Pullin
Sem Título
Técnica mista sobre papel
78,2 x 30,6 cm (x3)
Tema: Produção e Consumo Sustentável
A obra realizada para o Concurso Tapeçaria de Portalegre, inspirado na série “Undefining Formations” de 2021 de Stefanie Pullin, apresenta um tríptico onde dunas e arribas fósseis moldadas pelo vento são atravessadas por um caminho sinuoso. A imagem sugere uma paisagem em constante transformação, onde a passagem do tempo e as forças naturais redesenham continuamente o terreno. Mais do que um ponto de chegada, este caminho evoca o percurso interior de quem caminha, as decisões tomadas ao longo do percurso e a inevitável interação entre ser humano e paisagem.
Inspirada pelo conceito de “walkscapes” e pela reflexão sobre o caminhar como um ato filosófico, a obra explora a relação entre movimento, escolha e percepção do espaço. Em um mundo em constante fluxo, as escolhas que fazemos ao caminhar simbolizam não apenas um trajeto físico, mas também um percurso mental e emocional. Neste sentido, a sustentabilidade é entendida não como um ideal fixo, mas como uma sucessão de pequenas escolhas diárias, alinhadas com a paisagem que habitamos e transformamos.
As dunas, ao mesmo tempo efêmeras e resilientes, representam a relação entre estrutura e impermanência, entre o que persiste e o que se desfaz. O caminho que as atravessa sugere tanto uma direção quanto a liberdade da indeterminação, ressoando com a ideia de que não há um único trajeto possível, mas inúmeras possibilidades a serem percorridas. A obra convida o espectador a contemplar não apenas a paisagem externa, mas também o seu próprio percurso interior, suas decisões e a forma como estas ressoam no mundo ao redor.
