
Obra 41
Tim Madeira
Raízes do Futuro
Técnica mista sobre tela
160 x 160 cm
Tema: Produção e Consumo Sustentável
2025
Relação com o Tema do Concurso:
Natureza: evocada pelas formas orgânicas e pelas linhas que descem como raízes vivas, reafirmando a importância do enraizamento e do respeito pelos ciclos naturais.
Comunidade: presente nas imagens de mãos e rostos, símbolos universais de pertença, identidade e colaboração.
Inovação: sugerida pela utilização de materiais têxteis fora do seu contexto tradicional e pela sobreposição de técnicas gráficas e escultóricas, promovendo uma leitura contemporânea da tapeçaria.
Conceito e Intenção Artística:
A obra propõe-se como um campo visual onde o tempo é tecido. Ao conjugar memória gráfica e extensão material, “Raízes do Futuro” traduz o ideal de um amanhã sustentável, enraizado na sabedoria coletiva e impulsionado pela inovação sensível. Tal como a Tapeçaria de Portalegre, esta peça assume-se como território onde se cruzam tradição e modernidade, com a consciência de que o futuro será sempre tecido pelos gestos de hoje.

Descrição Geral:
“Raízes do Futuro” é uma proposta artística que emerge da sobreposição entre o gesto ancestral de gravar e a ação contemporânea de tecer, propondo uma tapeçaria que é, simultaneamente, memória e projeção. A peça explora a dualidade entre o mundo natural e o tecnológico, entre o passado arcaico e a construção de um futuro sustentável.
Composição e Elementos Visuais:
A parte superior da obra é dominada por uma sucessão de painéis gráficos monocromáticos, como se fossem fragmentos de um códice arqueológico ou impressões rupestres. Mãos, rostos, formas solares e estruturas orgânicas aparecem gravadas em branco sobre fundo negro, criando uma narrativa visual que remete à ancestralidade, ao gesto humano primordial e ao registo da existência em contacto direto com a terra.
Na base, fios multicoloridos descem em queda livre, como raízes ou fluxos de dados. Estes fios, que ultrapassam os limites do suporte, estendem-se para além da obra e tocam o chão, simbolizando a conexão entre a criação humana e a terra. São também uma metáfora clara para a tapeçaria como meio de expressão: cada fio representa uma possibilidade, uma escolha, uma direção no tecido da vida.